SANTIDADE

A Eucaristia é o alimento da alma e precisa ser anunciada

A Eucaristia nos torna santos, e não pode existir santidade que não esteja encarnada na vida eucarística. Os Santos são grandes intérpretes da piedade eucarística. Alguns deles viveram essa dimensão com uma intensidade toda especial, como São Pedro Julião Eymard.

Existe um fato singular na vida desse santo: sua piedosa mãe tinha o costume de ir diretamente ao pé do Tabernáculo para oferecer a Jesus-Hóstia a criança que trazia no seio. Pedro Julião foi, portanto, assinalado, ainda antes do seu nascimento, com o selo Eucarístico e permanecerá, por toda a vida, sob o efeito dessa consagração. Já adulto, quando ele visitava sua terra natal, no interior da França, onde nasceu em 1811, a primeira coisa que fazia era visitar a igreja e rezar diante do batistério, no qual havia se tornado cristão. Ali, renovava as promessas batismais e renunciava a Satanás e suas obras.

Precisou superar diversos desafios para viver sua vocação religiosa. Um deles foi a firme resistência de seu pai. Perseverante, superou todas as dificuldades, tornando-se sacerdote aos 23 anos de idade. Nos primeiros cinco anos exerceu seu ministério como padre diocesano, depois optou pela Congregação dos Maristas, sonhando em ser missionário. Mas Deus tinha outros planos para ele.

Eucaristia

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Eucaristia nos aproxima da vida em Cristo

Pedro Julião notava muita indiferença religiosa entre o povo. Deus não é amado porque não é conhecido, dizia ele. É necessário tirar Cristo do sacrário, apresentá-lo ao povo como o grande Senhor, Mestre, Salvador, vivo, real em nosso meio. Após rezar muito, aconselhar-se e inclusive com o Papa Pio IX, Deus revelou-lhe Sua vontade. Após 17 anos como religioso marista, recebeu de Maria Santíssima a missão de fundar uma obra dedicada à adoração perpétua da Eucaristia, a Congregação do Santíssimo Sacramento: Consagra a tua existência revelou-lhe Maria a tornar honrado o meu Filho na Eucaristia. Padre Pedro Julião, a partir de então, dirigiu toda a sua vida e atividade apostólica para a grande e sublime missão de servir a pessoa real de Cristo presente na Eucaristia.

Foi assim que Padre Eymard fundou, em 1853, a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento. O início da nova Congregação não foi muito animador, pois o ambiente de Paris era bastante hostil. Pedro Julião começou, então, a viajar por toda a França, levando sua mensagem eucarística. Fundou também uma Ordem Terceira em que os leigos se comprometem na adoração ao Santíssimo Sacramento e, ainda, a Congregação Religiosa das Servas do Santíssimo Sacramento.

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Os últimos dias de sua vida foram cheios de contrariedades e de sofrimentos. Seus próprios religiosos já não demonstravam muita confiança nele. Ele se consolava, então, com estas palavras: Eis-me aqui, Senhor, no Jardim das Oliveiras. Humilhai-me, despojai-me. Dai-me a cruz, contanto que me deis também o vosso amor e a vossa graça.

Frei Jorge Hartmann – OFM